segunda-feira, 25 de abril de 2011



Quero a minha vida assim, doce, mole e divertida feito goma. Com açúcar na boca. Lambendo os beiços de alegria. Chega de sofrer, levar á vida tão á sério. Injeção no bumbum que dói, pisada no pé. Chocolate quente, derrete. O meu coração já derreteu um milhão de vezes e tá custando a aprender. O que  derrete é gelo de frio. Gente ruim. Não sonha. Padece.




Quero um mundo cor de rosa, de algodão. Sonhos sem fim. Coração vagabundo, tomba, lateja, rasteja mas não caí. Só adoece, geme feito criança com dor. Querendo colo. Ouço Bethânia... Prá que chorar? Mundo de rosas e canções de ninar.



Mundo chato esse que é azul, não é rosa. As rosas falam comigo e me perguntam quando estou triste. Quando ele vem? Te faz feliz? E você todos os dias sorri para o mundo? Ou não tem tempo, anda com pressa, come rápido a comida requentada e não dança mais valsas? Que mundo é esse que você vive? Quero rosas. Sinto o perfume, O vento no rosto. Quero poesia e tomar chuva, sentir a água correndo no meu corpo, virando luz e evaporando a alegria.

Amor cor de rosa. Da rosa. Sentimentos que enebriam, que tocam. Quero abraçar o mundo e pular feito gente grande que  esqueceu do seu tamanho. Quero fantasia. Um mundo inteiro prá brincar de faz de conta. De cor de rosa. Intensa. Mexe comigo, pisa no chão como bailarina. Dança. Atormenta, vira bicho, se mexem comigo.
Perfume no ar...

Quero bala de goma, quero alegria do meu mundo interior e diferente. Faço tudo pelo que quero, reinvidico carinho. Faço cara de brava, bico. E comemoro um beijo doce. Corro o mundo se for preciso. Quero amor. Espero por você.
Pode rodar o mundo. Eu espero você.



Tenho um mundo inteiro prá se feliz!

A receita de Casanova


O ex-padre que se tornou o mais famoso sedutor de todos os tempos foi também um gourmet requintado e minucioso cronista de sua época


Natália Rangel


Sedução



O ator Heath Ledger interpreta o conquistador italiano Giacomo Casanova no filme de Lasse Hallström que narra a vida de excessos e os grandes amores do bon-vivant



Numa noite de outono de 1793, o nobre veneziano Giacomo Casanova encheu os bolsos da calça e do sobretudo com pesos de chumbo e caminhou em direção à ponte de Westminster, em Londres - ia se matar. O homem de 38 anos, que nasceu pobre, frequentou seminário e conquistou as cortes europeias, estava falido após anos de devassidão e vida perdulária. Havia sido abandonado pela amante e temia estar infectado pela sífilis (adquirida nos bordéis de Covent Garden, na capital inglesa). Foi impedido de pular nas águas do Tâmisa por um companheiro de noitadas, o filho de um membro do Parlamento britânico, que o viu encostado à estrutura da ponte e o levou dali à taverna mais próxima.




Casanova (1725-1798) se recuperou dos problemas sentimentais e, em parte, também dos financeiros, mas não escapou ao diagnóstico da temida doença venérea. Deixou Londres e seguiu para Bruxelas, onde se submeteu a um tratamento à base de mercúrio e sangrias. A sua tristeza passou, voltou a exibir uma personalidade extravagante e vaidosa e só se deprimiu novamente nos seus últimos anos de vida - quando se isolou do mundo dos célebres e dos nobres para cuidar dos livros de uma pequena biblioteca em Dux, no interior da França.




Nessa época, redigiu as quatro mil páginas de sua conhecida autobiografia. É a partir desse material e de histórias colhidas em arquivos da Bélgica, França e Itália que o autor inglês Ian Kelly escreveu o livro "Casanova: Muito Além de um Grande Sedutor" (Editora Zahar). Trata-se de um meticuloso retrato do libertino que equilibra seus atributos de conquistador com as suas outras facetas menos conhecidas: a do padre, do gourmet, do alquimista e do cronista social.

A história é estruturada como uma ópera, dividida em cinco atos e quatro intermezzos (motivo recorrente). Entre os temas estão as viagens (ele viajou, de carruagem e a pé, 64 mil quilômetros pelos países europeus), a gastronomia, o sexo, a cabala e, naturalmente, a música. Casanova colaborou com Lorenzo Da Ponte, libretista do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, na composição da ópera "Don Giovanni". Suas anotações - que incluíam peças de teatro, enredos líricos e a tradução para o italiano de "A Ilíada", entre outros clássicos da literatura - foram encontradas em sua casa em Veneza, após a sua morte. Viajante compulsivo - por sinal, Casanova era compulsivo em quase tudo que fazia -, ele visitava com frequência as cidades de Veneza, Nápoles, Constantinopla, Paris, Amsterdã, Londres e São Petersburgo. E escrevia sobre o que via, fazia e comia nesses lugares.




É nesse sentido que o autor o descreve como um grande cronista social. Há poucos registros históricos tão detalhados da Europa dessa época como o que Casanova nos deixou. "Ele foi um importante historiador da gastronomia", escreve Kelly. E esse foi um dos últimos prazeres sensuais que lhe restaram quando começou a ter problemas de saúde. Era um expert e não diferenciava o amor pela comida do amor pelas mulheres. Usava inclusive a linguagem do amor e do sexo para descrever a comida e vice-versa: "Para os homens, fazer sexo é como comer, e comer é como fazer sexo: é nutrição...e da mesma forma como sempre existe um prazer diferente quando se experimenta diversos molhos." Sua autobiografia registra mais de 200 receitas de pratos, a indicação de pelo menos 20 diferentes vinhos de toda a Europa e muitas dezenas de iguarias e segredos perdidos da gastronomia. Em uma de suas dicas, fala sobre salpicar as massas com canela e açúcar.



Casanova não gostava da culinária britânica: sentia falta da sopa, hábito francês considerado pelos ingleses uma "extravagância parisiense insossa". Respondia que insossos eram os menus londrinos, que serviam apenas carne cozida e não se preocupavam com os acompanhamentos. "As refeições inglesas eram como a eternidade: não tinham começo nem fim."




Em suas aventuras sexuais, a comida estava sempre presente. "Comentei com ela sobre todos os pratos e achei tudo excelente: a caça, o esturjão, as trufas, as ostras e os vinhos. Só reprovei (o cozinheiro) por ter esquecido de colocar um prato com ovos cozidos, anchovas e vinagres aromáticos para que fizéssemos uma salada...Também disse que desejava laranjas amargas para dar sabor ao ponche, e que queria rum, e não arak." Essa anotação foi feita numa noite de amor com a freira M.M., descrita como "voluptuosa e bastante experiente" numa das passagens mais eróticas do livro.





"Casanova foi indagado se vira a ópera 'Don Giovanni'. Ao que ele respondeu: Se eu a assisti? Eu a vivi"



Trecho de "Casanova: Muito Além de um Grande Sedutor


Na sua forma de relacionar sexo com comida, ele chegava a excentricidades como misturar fios de cabelo de uma amante nos doces que eles iriam comer ao fazer amor. Ele descobriu um doceiro judeu que fazia confeitos cristalizados de "açúcar misturado a essências de ambergris, Angélica (tipo de licor), baunilha, alquermes e styrax". Segundo Kelly, pode ter se originado em suas noitadas a fama das ostras como afrodisíacas. O veneziano costumava dizer que não existe melhor molho para uma ostra do que a saliva da mulher amada. Os moluscos eram usados em jogos sexuais "educativos" com jovens inexperientes. "Não existe nada mais lascivo e sensual...", escreveu Casanova.



O jogo, explicava ele, consistia em passar mariscos vivos de uma boca para outra e depois comê-los sobre os seios e outras partes do corpo. Ao que o autor comenta, gaiatamente, que não deve ser tentado em restaurantes. Com seu estilo de mestre-cuca,
Casanova dá a receita para prolongar ao máximo uma relação sexual: "Uma taça de chocolate com as claras de seis ovos em uma salada preparada com óleo de Lucca e vinagre dos Quatro Ladrões."



 
 
À meu ver, seria interessante conhecer o Casanova...
Beijos e obrigada pelas visitas!
Tenham uma linda e emocionante semana!